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- 24 maio
Conheça Izabela Maffra, ex-aluna do CSA que faz carreira no Google
Em entrevista especial, ela conta sobre sua trajetória profissional e dá dicas aos alunos
Trabalhar no Google é sonho de muita gente. Uma empresa conhecida por mesclar lazer e trabalho, em um ambiente descontraído e forte estimulador do potencial criativo de seus colaboradores, além de ser a marca global mais valiosa do mundo.
Izabela Maffra (25), ex-aluna do Colégio Santo Antônio, é testemunha dos benefícios de se trabalhar nessa empresa. Graduada em Ciência da Computação pela UFMG, ela formou-se no Colégio Santo Antônio, em 2008, e atualmente atua como Engenheira de Software no Google, na sede de Belo Horizonte. Sua trajetória acadêmica e profissional foi compartilhada em uma entrevista especial com curiosidades e dicas. Confira!
Como foi sua trajetória profissional desde o momento em que saiu do Colégio Santo Antônio?
Após me formar, ingressei no curso de Ciência da Computação da UFMG. Em 2012, passei 3 meses em Ottawa, no Canadá, para um estágio em pesquisa científica, sobre Redes de Sensores Sem Fio. Em 2013, fui selecionada para fazer estágio na sede do Google, na Califórnia, com duração de 2 meses e meio. Durante meu estágio, já propus que continuasse estagiando na filial de Belo Horizonte quando retornasse, o que fiz até me formar. Assim que me formei fui contratada pelo Google Belo Horizonte.
Como foi que descobriu que era Ciências da Computação o curso que queria levar para a vida?
Eu sempre tive uma habilidade natural e uma paixão para a área de exatas. Adorava participar das Olimpíadas de Matemática, por exemplo! Eu sabia que queria uma carreira na qual eu pudesse aproveitar disso. Considerei seriamente cursar Matemática e me tornar professora, mas minha mãe sugeriu que eu estudasse Computação e imediatamente já gostei da ideia. Contextualizando, o meu pai havia comprado um computador numa época em que eles ainda eram muito caros e raros, e, desde que eu tinha 3 anos, ele me deixava “brincar” com ele. Isso acabou desenvolvendo em mim um fascínio pela tecnologia e eu tinha muita curiosidade em saber como era possível toda aquela “mágica” acontecer! Além disso, previa-se um aquecimento cada vez maior no mercado de TI (uma previsão muito correta), o que fez da Computação uma escolha tanto prazerosa quanto conveniente. Junto com essa escolha veio, também, o sonho de trabalhar no Google.
Quanto a tecnologia mudou da sua época de Colégio Santo Antônio até aos dias atuais?
Acredito que o aspecto mais relevante de mudança seja que a tecnologia é cada vez mais pervasiva. Isso quer dizer que ela está presente em toda parte e para todos os fins (pense num app de celular: ele já deve existir!). Existe cada vez menos distinção entre as vidas real e online, o que traz alguns ônus e bônus. Isso significa também que o profissional da tecnologia carrega uma responsabilidade cada vez maior.
Sabemos que você é engenheira de software no Google, mas qual é exatamente a sua função?
Minha função é resolver problemas usando a programação. Faço parte do time de combate a spam e abusos (como pirataria, malware, assédio, pedofilia etc), e desenvolvemos soluções para diversos produtos do Google, para que a experiência dos seus usuários seja agradável e segura.
O que mais a surpreende na rotina de trabalho da empresa?
O que mais me surpreende é a autonomia que nos é dada para propor e implementar soluções. Conforme acumula-se mais experiência, espera-se que você seja capaz de resolver problemas de impacto e complexidade cada vez maior.
O Google é conhecido com uma empresa que recria um ambiente que mescla o lazer e trabalho. O que há de verdade e mito nessa atmosfera?
Há muita verdade. Aqui no escritório temos à disposição diversos videogames, sinuca, totó, máquina de pinball, jogos de tabuleiro, estúdio de música, escalada etc. Além disso contamos com diversos mimos, como um estúdio de Pilates e um salão de beleza. Todos esses mimos nos permitem duas coisas principais: economizar tempo e relaxar quando necessário. Relaxar é muito importante para o processo criativo, e frequentemente necessitamos de muita criatividade para resolver problemas complexos na escala enorme em que o Google opera.
Ano passado fizemos uma piada de primeiro de abril que ficou muito famosa nas redes sociais que dizia que o Google havia comprado o Colégio Santo Antônio por 200 bilhões de dólares. Hoje em dia existe algum projeto especial do Google voltado para a educação brasileira ou global?
Existem diversos projetos, não dá nem para listar todos! Na página do Google for Education Brasil tem alguns exemplos, como a Feira de Ciência do Google e as ferramentas de produtividade (que para uso educacional são gratuitas). Um outro projeto que acho bem promissor é o Google CS First (Ciência da Computação Primeiro, em tradução livre), que é um programa gratuito que aumenta o acesso e exposição à Ciência da Computação na escola, através da formação de clubes que são liderados por professores ou voluntários. E, não poderia deixar de mencionar, também temos o programa Mind the Gap, do qual eu já participei em algumas edições no escritório de BH. Nele, buscamos expor meninas do Ensino Médio ao dia a dia de profissionais de tecnologia e mostrar que essa profissão também é para as mulheres, sim!
Como você vê a tecnologia da informação para os próximos 5 anos?
A tecnologia da informação continuará sendo um mercado em expansão no mundo. Acredito que a “Internet das Coisas” vai se tornar uma realidade e as casas passarão por um processo de modernização, onde tanto utensílios bem previsíveis como fechaduras se tornarão smart, quanto alguns menos óbvios, como a torradeira!
Qual a importância que o Colégio Santo Antônio teve na sua vida?
Uma importância enorme, tanto profissional, quanto pessoal. No lado profissional, o CSA me possibilitou desenvolver uma independência muito grande e capacidade de autoaprendizado – algo essencial na minha área, que evolui constantemente. No lado pessoal, fiz amizades que levarei para toda a vida.
Quais dicas você pode dar aos alunos do CSA?
Eu diria para aproveitarem bem a oportunidade única que têm, de estudar em um colégio que se preocupa tanto com o desenvolvimento pessoal quanto educacional do aluno e para cultivarem as boas amizades.
Comments (2)
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Muito boa a entrevista, gostaria de ver mais histórias, principalmente de ex-alunos que sairam há muitos anos.
Excelente essa menina. Mostra a todos que, quando se quer, nada pode impedir de chegarmos onde sonhamos.
E quantos sonham em estar numa “Google” como protagonista…
Exemplo para jovens de todo o país. Parabéns pela trajetória fulminante.
Prova que “estudar compensa”!