CSA em Debate: Política e Futuro

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    CSA em Debate: Política e Futuro

    Ciclo de debates promovido pelo Serviço Social motiva alunos do Ensino Médio a refletir sobre temas políticos e a pensar melhor no futuro.
    IMG_8834Políticas para a Juventude

     

    Ensinar não é apenas transmitir conhecimento, mas incentivar o pensar e a valorização da ética da solidariedade, do respeito ao outro e da responsabilidade cidadã. Com o objetivo de proporcionar aos alunos do Ensino Médio a oportunidade de refletir sobre assuntos importantes para a sua formação intelectual, humana e social, a Associação Franciscana, por meio do Colégio Santo Antônio, promoveu o ciclo de debates Semana de Políticas para a Juventude.

     

    Realizada pela equipe do Serviço Social no período de 23 a 25 de junho, a Semana abordou temas que estão em pauta, como a redução da maioridade penal e a reforma política. Também discutiu mercado de trabalho e escolha da profissão, assunto sempre presente no dia a dia de adolescentes que se preparam para o vestibular.

     

    Direitos dos jovens

     

    Na noite de terça-feira, a coordenadora nacional da Pastoral do Menor, Marilene Cruz, abriu o evento com palestra sobre a questão da redução da maioridade penal. “Nós, cristãos, estamos aqui a serviço do outro, não somos mais do que o outro”, disse, lembrando o educador e filósofo Paulo Freire (1921-1997). De forma didática, ela traçou um histórico dos direitos da criança e do adolescente no Brasil, destacando a importância da Constituição de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

     

    Analisando a situação de desigualdade social com o uso de estatísticas e senso crítico, Marilene Cruz disse um não veemente à redução da maioridade penal, que vai de encontro à evolução representada pela Carta Magna de 88. “Cada um tem o direito à sua opinião”, disse a palestrante, ressalvando, porém, que não se pode aceitar a ideia de que menores infratores merecem cadeia com base no noticiário, e não em informações de qualidade.

     

    “Outra coisa que me deixa triste é que a discussão não está centrada no que é melhor para os meninos e meninas”, acrescentou.

     

    Cultura popular e debates

     

    IMG_8878A cada noite, a abertura do evento ficou a cargo de um grupo de artistas. Na terça-feira, o dançarino Jésus Almeida apresentou um número solo contemporâneo, enquanto Will grafitava a marca da Semana em um painel.

     

    A programação de quarta-feira começou com espetáculo interativo apresentado pelo pesquisador e multiplicador do teatro do oprimido (TO) Dimir Viana e os atores Marilene Batista e Vinícius Tavares.

     

    Desenvolvido pelo teatrólogo carioca Augusto Boal (1931-2009), o TO é um método teatral que estimula o espectador a sair da posição de mero consumidor de bens culturais para se tornar, ele também, produtor de cultura e de conhecimento. Por isso, o público é estimulado a participar ativamente da apresentação, como fizeram alguns alunos, em participações improvisadas muito aplaudidas pelos colegas.

     

    Depois do espetáculo, os estudantes se dividiram em três grupos para debates simultâneos sobre os temas “Novas relações de consumo, produção, cooperação e de partilha de bens”, “Reforma política e participação social” e “Política para liberdade – Ação política como geradora de impacto libertador nos indivíduos”.

     

    O grupo de slackline de Felipe Santiago abriu a programação no último dia do evento. No Parque do Fradinho, os atletas fizeram demonstração desse esporte de equilíbrio, convidando os alunos a caminhar sobre uma fita elástica esticada entre dois pontos fixos.

     

    Juventude e trabalho

     

    IMG_9121O encerramento da Semana de Políticas para a Juventude ficou a cargo de Eliseu de Oliveira Neto. Psicanalista, psicólogo, psicopedagogo e diretor do Grupo de Pesquisa e Prática Clínica Orientando, o palestrante questionou a atitude de escolher uma profissão pensando no mercado de trabalho e no retorno financeiro.

     

    “Antigamente, poucas pessoas tinham acesso à universidade, então, se você se tornasse médico, conseguia um bom emprego”, disse: “Hoje não existe profissão que dê dinheiro, há pessoas que ganham dinheiro”. Segundo Eliseu Neto, os profissionais faziam carreira no emprego, eram conhecidos como o “fulano de tal empresa”. Atualmente, o indivíduo bem-sucedido é quase uma marca, e seu passe é disputado no mercado.

     

    Para o especialista, a escolha de uma profissão deve começar por duas reflexões e uma pergunta: “O que eu amo fazer”, “no que sou bom” e “é possível ganhar dinheiro com essas habilidades?”. Chega a hora, então, de buscar informações consistentes sobre a realidade cotidiana dos profissionais da área.

     

    “Gostar de e ser bom em Biologia não é razão suficiente para escolher a Medicina”, alertou Eliseu Neto. Segundo ele, é preciso ter consciência de que um médico em início de carreira vai ter que dar longos plantões em hospitais para ganhar algum dinheiro, sem deixar de lado os estudos e atualização constantes fundamentais para o sucesso profissional. Além disso, fazem parte da rotina escutar as queixas dos pacientes e estar preparado para atender feridos que chegam aos prontos-socorros sujos e sangrando. “Um médico tem que gostar de gente”, resumiu.

     

    Um quarto fator importante a ser levado em conta é se aquele trabalho vai contribuir de alguma maneira com o outro, com a comunidade. Quanto melhor o profissional se sentir no desempenho da função, maior é a sua probabilidade de ser bem-sucedido.

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